domingo, 27 de abril de 2008

Desde muito tempo.

“ E só de lembrar ela revivia todas aquelas sensações, a mesma ansiedade de quando o vira por acaso, o tremor das pernas e o rubor no rosto que frequentemente a denunciava.Começou a questionar se ele era mesmo o culpado de suas angustias e lentamente começou a amadurecer a idéia de que ela mesma não suportava pensar na responsabilidade de seus atos aliado a causalidade da vida. Logo percebeu que era muito mais fácil atribuir a “culpa” ao que não lhe pertence...Aos poucos foi percebendo o quanto ela perdia com isso, muito mais do que as noites que despedaçava revivendo seus fracassos...muito além, ela perdia sua paz interior e o controle sob sua vida.Como pôde por tanto tempo pensar dessa forma tacanha? Decidiu por si só sair dos bastidores de sua vida, o palco é muito mais excitante!E quando começou a enxerga-lo como ser humano tão falho e limitado quanto ela, achou também as chaves que a libertavam da sua prisão interior.Remoer o passado e alimentar ressentimentos só produziam sofrimentos a longo prazo em meio a ilusória sensação de alívio imediato. Ela ansiava por se libertar. Agora podia olhar nos olhos dele sem ponta alguma de mágoa com a certeza de que de que ele não fora o culpado pelos monstros que ela própria criara. Seu coração conseguiu perdoar, não somente as ofensas, mas o fato dele não corresponder as suas expectativas ( como frequentemente aconteceria).Sua alma sorria. E tinha a certeza de que alguém lá em cima também vibrava com esse sucesso...”21/03/2008 - eu e meus dvaneios.

Nenhum comentário: