quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Parabéns!


"SER PSICÓLOGO...Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.Não apenas isso, é também uma notável dádiva.Recebemos o dom de usar a palavra, o olhar,as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.Pois não há maior que o de tocar no que há de mais precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo, seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.Somos psicólogos e trememos diante da constatação de que temos instrumentos capazes de favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.
Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar, ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem. Mesmo na contra-esperança, esperar.E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra, do conselho, da minha sinalização. Que as lágrimas que diante de mim rolarem, pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,sejam segredos que me acompanhem até o fim.E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes. O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que não tinha com quem contar para dividir sua solidão,sua angústia, seus desejos.Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir que isso só começa quando a gente consegue realmente se conhecer e se aceitar."


(Walmir Monteiro)



Á todos os psicólogos e aspirantes [como eu] desejo tão somente força o bastante,responsabilidade e um pouco de doçura para cumprir esse tão encantador papel!


Feliz dia dos Psicólogos para nós ;)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O amor, o colorido e a borboleta.


Talvez fosse o sorriso desajeitado ou a voz mansa de quem parece calcular, não sabia se era ele ou ela quem tornara tudo aquilo tão mágico, mas sabia o quanto era gostoso dividir seus momentos com ele.

Se soubesse rimar já teria feito uma canção de amor daquelas bem tristonhas pra embalar esse acaso, o menino do sorriso bobo agora povoava seus sonhos e ela sentia-se estranhamente feliz com cada olhar cruzado no pátio.

"Gostar dele?? eu??" "Sem a menor possibilidade"

Como de costume ela fugia, mas suas mãos falavam por ela, o estalar de dedos nervosos, seus olhos insistentemente a traiam, procurando por cada pista dele, as pernas trêmulas, como pode alguem assim controlar o coração? E percebia que quanto mais procurava não pensar é aí que ele vinha em seus pensamentos, quanto mais ela se forçava a fugir mais perto dele se encontrava.

E logo ele que fugia a todas as possibilidades, que era complexamente descabido, que não gostava dos paradigmas, que era contra qualquer forma de estabilidade. Ele que gosta do que não existe, que adora o movimento e se excita com o improvável. Ele que é diferente de tudo mas é esquisitamente perfeito pra ela. Ele que não cabe nas definições e é refratário a qualquer forma de dominação, ele que não se rende, não se entrega, não sabe fingir. Ele que fala pelos olhos, que sorri com o coração. Ele que é tão ávido por aventuras agora também repousa no jardim dela, também sente o bater de asas daquela borboleta que outrora veio prenunciar o colorido daquela amizade que seria sim, uma linda história de amor.
"Deixe eu me lembrar de criar asas; "

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Nunca lhe prometi um jardim de rosas.

Qual o limiar que separa a loucura da sanidade? Quais os preços que pagamos pela normalidade? Quanto nos custa não nos alienar com tantas atrocidades e tudo mais que não podemos mudar?O que nos faz de fato mentalmente saudáveis?
E fui submergida numa porção de reflexões que mesmo indiretamente e inteligentemente Hannah Green nos oferece. Pensar sobre essa linha tênue que nos coloca em um dos lados é pensar em situações reais, em como essa barreira pode ser ultrapassada a qualquer vago momento e como pode ser 'fácil' perder a razão.
Me senti feliz por fazer parte pelo menos durante esses 13 dias (tempo gasto para ler o livro devido as taaaantas atividades paralelas) do fantástico mundo de Blau, passear pelas suas realidades paraleas, absorver toda magia, encantamento e por que não dizer sofrimento dessa personagem tão 'real' .
E nos convida a pensar no quão dolorosa é a loucura, a doença emsi, toda a sua sintomatologia, as consequências, as restrições e toda desordem que ela abarca.
E onde estão os culpados? ponho a me questionar...
Os pais tão amorosos, a família tão dedicada, a irmã terna, as possibilidades muitas vezes favoráveis, onde achar os causadores para esse sofrimento psiquico? Melhor não condena-los, acabam por ser também vítimas dessa sociedade impiedosa que não define culpados mas sim reféns de suas estruturas.
Como o título sugere não existe de fato um final feliz, nem foi prometido em momento algum um mar de rosas, a cura é possibilitada dentro de uma perspectiva maior na qual não se sana os males da vida ou os caminhos tortuosos da sociedade mas aprende-se a conviver com eles.



Sem dúvidas um dos melhores livros que já li, eu recomendo ;)
Como é de se observar devido a minha ausência ao meu cantinho precioso, as aulas voltaram e com força total como diria uma amiga. Logo,ta sobrando pouco tempo pra vir aqui..mas Lay e Mi, a passadinha no blog de vocês é sagrada!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Cuida de mim.


"Pra falar verdade, às vezes minto...
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer às vezes, que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
"Tanto faz" não satisfaz o que preciso
Além do mais quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou...
Você pra mim mostrou
Que eu não sou sozinha nesse mundo. ;) "





Não, ela não condiz com o que declara.

As firmes decisões e a postura sempre tão séria e segura por vezes camuflam o turbilhão de emoções que compõem aquela moça.

Fazia tanto tempo que não se sentia assim...presa por um sorriso e livremente condenada a dependência que aquele rapaz lhe causara. Não lhe agradava muito a idéia de perder o controle de suas vontades, mas não conseguia recuar aquela sardônica sensação de obdiência. Não era a ele que ela estava submetida mas aos sentimentos que ele estranhamente exalava, e disso ela não queria fugir, já não se preocupava tanto em manter as "várias" que habitavam em uma só, bastava que ela fosse a moça que sorria pelos olhos e que não precisava de palavras para se fazer entender.

Mesmo com os olhares lancinantes que ela lhe lançava, de quem prefere não sentir, de quem tem receio de se entregar, de quem carrega cicatrizes expostas de histórias infundadas, mesmo com toda a resistência e falta de coragem, ele prosseguiu..e não precisou necessariamente falar para que ela compreendesse que ele estaria ali, pronto e completo, estranhamente perfeito para ela, com seu carisma inefável e todo o colorido que só de lembrar já causava borboletas em seu estômago. Ele foi além de suas pretensões...

Não precisou vir no cavalo branco e tampouco havia luz azul em seu ombro esquerdo, mas os sininhos tocaram no encontro mudo de duas almas que silenciosamente se encontravam.

Ele não veio sozinho, trouxe consigo os sonhos que outrora a moça deixou pela estrada, segurou a sua mão e num gesto doce disse em tom de poesia que eles sempre estariam juntos.