segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O amor, o colorido e a borboleta.


Talvez fosse o sorriso desajeitado ou a voz mansa de quem parece calcular, não sabia se era ele ou ela quem tornara tudo aquilo tão mágico, mas sabia o quanto era gostoso dividir seus momentos com ele.

Se soubesse rimar já teria feito uma canção de amor daquelas bem tristonhas pra embalar esse acaso, o menino do sorriso bobo agora povoava seus sonhos e ela sentia-se estranhamente feliz com cada olhar cruzado no pátio.

"Gostar dele?? eu??" "Sem a menor possibilidade"

Como de costume ela fugia, mas suas mãos falavam por ela, o estalar de dedos nervosos, seus olhos insistentemente a traiam, procurando por cada pista dele, as pernas trêmulas, como pode alguem assim controlar o coração? E percebia que quanto mais procurava não pensar é aí que ele vinha em seus pensamentos, quanto mais ela se forçava a fugir mais perto dele se encontrava.

E logo ele que fugia a todas as possibilidades, que era complexamente descabido, que não gostava dos paradigmas, que era contra qualquer forma de estabilidade. Ele que gosta do que não existe, que adora o movimento e se excita com o improvável. Ele que é diferente de tudo mas é esquisitamente perfeito pra ela. Ele que não cabe nas definições e é refratário a qualquer forma de dominação, ele que não se rende, não se entrega, não sabe fingir. Ele que fala pelos olhos, que sorri com o coração. Ele que é tão ávido por aventuras agora também repousa no jardim dela, também sente o bater de asas daquela borboleta que outrora veio prenunciar o colorido daquela amizade que seria sim, uma linda história de amor.
"Deixe eu me lembrar de criar asas; "

Um comentário:

Michele disse...

Lara, querida!
Uma linda divagação sobre o amor. Mostra exatamente que quando ele chega, assim forte e verdadeiro, vem pra ficar. Não há quem resista - nem as diferenças!

Beijo grande, minha escritora das preferidas!